Mensagem lida para os aniversariantes dos meses de setembro e outubro de 2014
Feliz
Aniversário
Martha
Medeiros
Ela sabe que é um pensamento improdutivo, mas mesmo assim se
preocupa com a passagem do tempo, parece uma menina assustada diante do acúmulo
de números que sua idade vem ganhando. Não entende onde foram parar seus 16
anos, seus 21, seus 29, seus 35, seus 42.
Ora, onde eles podem estar? Todos ainda dentro
dela.
Ao assoprar as velas, a sensação é de que o
passado também se apaga e um presente totalmente novo é inaugurado. Sendo
virgem da nova idade, é como se estivesse nascendo naquele específico dia com
pequenas rugas e manchas surgidas subitamente, e não trazidas do antes. Como se
estivesse vindo ao mundo na manhã do festejado dia com os quilos, as dores e os
limites de um adulto recém-nascido e com uma expectativa de vida mais curta,
sem registro algum do tempo transcorrido até ali, aquele tempo que sumiu.
Sumiu nada.
Você tem seus 16 anos para sempre. Seus 21. Seus
25 e todos os outros números que contabilizou a cada aniversário: você tem oito
anos, você tem 19, você tem 37. Você só ainda não tem o que virá, mas os anos
que viveu ainda estão sendo vividos, são eles que, somados, lhe transformaram
no que é hoje. Sua idade atual não é uma estreia, você não nasceu com esses
anos todos que sua carteira de identidade diz que você tem. Só o dia do seu
nascimento foi uma estreia. Desde então, você nunca mais saiu de cena. Ainda
estão em curso seus primeiros minutos de vida.
Você ainda sente o nervosismo das primeiras
vezes, as mesmas dúvidas diante das escolhas, o afeto por pessoas que foram
importantes lá atrás, a adrenalina dos riscos corridos. Nada disso evaporou. O
ontem segue agindo sobre você, segue interferindo na sua trajetória. É a mesma
viagem, a mesma navegação. O meio de transporte é seu corpo, e ele ainda não atracou.
Mas e todo aquele peso extra que você um dia
jogou ao mar? Não muda nada. A viajante que durante o percurso vem se
desfazendo de algumas coisas continua sendo você. Aquele instante aos 19 anos
ou aos 26 em que você cruzou o olhar com alguém que modificaria seu futuro
continua acontecendo, o ponteiro continua se mexendo, o tempo não parou.
Desiludem-se os amantes apaixonados que, quando se instalam num amor maduro,
não encontram mais a mágica anterior que fazia o tempo parar, mas não se deve
ser tão fatalista, você não tem 18 anos, ou 37, ou 53. Você tem 18, 37 e 53. No
que tange o tempo vivido, não há “ou”. São várias idades contidas numa
frequência cardíaca ininterrupta.
Você chegou a uma idade gloriosa, a idade de
entender que não existem perdas, só ganhos. Não existe envelhecimento, e sim
desenvolvimento constante. O tempo não passa, ele está sempre conosco. O novo
não ficou para trás, ao contrário, o novo está adiante: na vida que ainda está
por vir.
Parabéns!!!
Taichirajá!
Out/2014
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segue o caminho perfeito".
Lao Tsé
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